quinta-feira, agosto 23, 2012

DOCE REVOLUÇAO- CONCLUSAO

Amados, “nossa tentativa é de experimentar, provar e viver o eterno Vinho Novo em Odres Novos! Isso porque existem muitos Odres Antigos, que são só odres, são só ‘containers’, eles não fazem parte do conteúdo do Evangelho. O Evangelho é o Vinho, o resto é apenas, generacional, tem a ver com o tempo, com a hora, com a ocasião. Só que nós, cristãos, acabamos institucionalizando o Odre, e o Odre ganhou uma importância tão grande, que a gente briga, mata e morre pelo Odre, mas não tem ninguém interessado com a qualidade do Vinho! E se é assim, nós não estamos aqui para repetir os modelos de Odres que existem, mas estamos pedindo a Deus que não nos falte o conteúdo do Vinho Novo do Evangelho para pacificar o coração de cada um, em nome de Jesus.” Agora é com todo aquele que crê! Não adianta brigar contra a Potestade da Religião. Ela se alimenta da briga contra ela. Sim! O ódio a alimenta e a rejeição a fortalece em seus ódios. Assim, é deixá-la! Pois, a única coisa que pode ajudá-la é justamente o ser deixada só. Quem ama o Senhor, que ame os irmãos; e que não fique reclamando da “igreja”, nem perdendo tempo com ela e sua brigas sem fim, mas, dedique-se a pastorear as ovelhas e cordeiros de Jesus, conforme Ele disse a Pedro que fizesse. Sim! Quem ama o Senhor e Sua Palavra, reúna os parentes e amigos e comece a adorar a Deus com eles, estudando e crendo na Palavra, orando uns pelos outros, não se intrometendo nas vidas uns dos outros, mas também não permitindo abusos de uns para com os outros, posto que o Caminho é de Graça, Amor e Perdão; e não a espinhenta vereda da disputa, da supremacia e do abuso; posto que a Graça jamais será a Graxa dos descomprometidos. Se alguém ouvir e crer; e levantar-se para a Vida em nome de Jesus, esse é membro da Doce Revolução. Ora, só não vê quem não quer. Pois a Figueira está dando todos os sinais de que o Verão está às portas. Nele, que nos chama a nada que não transforme segundo o Evangelho.

Em amor.

WWW.CAIOFABIO.COM/2009

quarta-feira, agosto 01, 2012

O TRIPÉ DA LIBERDADE CRISTÃ: A LIBERDADE DA SIMPLICIDADE


O TRIPÉ DA LIBERDADE CRISTÃ: A LIBERDADE DA SIMPLICIDADE Manoel dC Não existe Evangelho verdadeiro nem igreja genuína sem simplicidade. Para justificar tão radical assertiva, focalisei o olhar para nosso líder maior, Jesus de Nazaré (alocado nessa cidade menosprezada no norte da Palestina, situada na desprezível região da Galiléia) e seu nascimento em um curral em Belém da Judéia, na mais extrema pobreza. Jesus era simples e seus seguidores deveriam ter a imagem da simplicidade gravada em suas vidas, como reflexo de seu Mestre maior. Ele mesmo chegou a dizer: “As raposas tem seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Sem teto, sem cama e sem travesseiro, Jesus nos mostra o caminho da modéstia e da liberdade plena na simplicidade, quando asseverou que os pobres de espírito, e não os ricos presunçosos ou os líderes detentores do poder religioso são os que se depararão com os portões do céu escancarados e entrarão no Reino dos Céus pelas portas. Isso nos remete ao fato de quão pretensiosos somos quando insistimos em exibir uma vida consumista, ou buscamos um estilo de vida burguesa locupletada de luxo e excessos. Quando agimos assim, é claro, estamos mostrando ao mundo o quão distantes estamos do padrão bíblico de simplicidade defendido por Jesus em palavras e ações concretas. Quando despediu setenta de seus discípulos em uma missão evangelística, Jesus recomendou que cada missionário deveria levar uma marca identificadora em cada lugar por onde ia: a urgência da missão leva à simplicidade despojada, que não se deixa atrelar a nada nesse mundo: “Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias, comei de tudo que vos oferecerem...”. Ele disse com todas as letras para não acumularmos tesouros na terra e sim, nos céus. Ou seja, com tudo isso Jesus nos ensina que em nossa peregrinação por esse mundo, não há tempo pra acumular bens ou criar impérios pessoais, pois somos peregrinos de passagem, nosso evangelho é maltrapilho (Brennan Manning que o diga) e nosso coração é de romeiros despidos de ganância, arraigados somente à vocação para as alturas, para as coisas lá do alto, de onde provém nossa verdadeira cidadania. Jesus via a igreja como um organismo latejante, cheio de vida pulsando dentro de um corpo, ou como uma família aconchegante com seus membros entrelaçados pelos vínculos indissolúveis do amor, e não como uma construção fria, um prédio de proporções anômalas cheio de líderes poderosos e membros eternamente dependentes emocionais dos profissionais da fé. Jesus disse que é mais fácil um camelo entrar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus. A mesma regra hermenêutica se aplica ao contexto da igreja. EM JESUS NÃO HÁ TOLERÂNCIA PARA A RIQUEZA OSTENSIVA. Os ricos, porém, podem ser salvos, SE cultivarem um verdadeiro coração peregrino, destituído de ganância e demonstrarem uma disposição cheia da generosidade que se dá incondicionalmente. A riqueza ostensiva foi a causa da reprimenda severa que Jesus fez ao pastor e à igreja de Laudicéia no livro de Apocalipse. O pastor daquela igreja dizia com arrogância: “Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma”. Jesus, nauseado com tanta hipocrisia, arranca-lhe a máscara e responde: “Porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te de minha boca”. Aí Ele lança o arremate final: “E tu nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu". Infelizmente, esse é o triste quadro que vemos hoje. Catedrais suntuosas, pastores vendidos, exibicionistas, líderes soberbos incorrigíveis, vampiros insaciáveis. Esses Sistemas humanos engendrados pela ganância irrefreável, totalmente distanciados do modelo original proposto pelo Evangelho,com toda certeza hão de receber as mesmas palavras de Jesus como duro veredicto: Igrejas ricas e abastadas! Mas pobres, Infelizes, cegas e nuas! Jesus quando fundou Sua igreja disse: “edificarei minha igreja,” e Paulo conceituando igreja, disse que a igreja era coluna e baluarte da verdade. Infelizmente, muitos seguiram o texto ao pé da letra, pensando em edificações literais, construíram impérios e conglomerados da fé, esquecidos do projeto primordial das singelas reuniões de gente simples, das famílias alegres, partindo o pão de casa em casa, bem antes do imperador construir seus templos magnificentes. Hoje temos milhões de igrejas, mas pouquíssimas são realmente libertas pela simplicidade. Jesus, o Senhor da igreja, O homem simples por excelência, sempre fugia de toda forma de publicidade ou marketing de Si mesmo. Esse sim, deve ser imitado e seguido. Manoel dC colabora com o Genizah. Conheça seu blog AQUI Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz22IdVYljb Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

O TRIPÉ DA LIBERDADE CRISTÃ: A LIBERDADE DA CONSCIÊNCIA

O TRIPÉ DA LIBERDADE CRISTÃ: A LIBERDADE DA CONSCIÊNCIA Manoel dC Liberdade... Termo mal compreendido, mal utilizado e tão depauperado pelo legalismo corrosivo! Mas quer saber? Gosto desse assunto. Porque ele não é redbull, mas me dá asas à imaginação, e eleva o espírito antecedendo as indizíveis manifestações do céu, me fazendo perpassado pela glória celestial mesmo aqui na terra. Por isso, compartilho com você três princípios que regem esse tópico tão controvertido e ao mesmo tempo transcendental, em três textos que serão postados periodicamente: A Liberdade da Consciência, a Liberdade da Simplicidade e a Liberdade da Transcendência. Vamos então ao primeiro ponto. LIBERDADE DA CONSCIÊNCIA Philip Yancey já disse que a igreja é o lugar onde unidade não quer dizer uniformidade e diversidade não significa divisão, e eu acrescentaria um ponto a mais: a igreja é o lugar onde liberdade não quer dizer libertinagem. O apóstolo Paulo disse isso na sua carta aos gálatas: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo, a jugo de escravidão”. Aqui, Paulo fala de uma possível volta ao legalismo mortal, que assim como a libertinagem, também ofendem a Deus. Depois o apóstolo acrescenta: “porque vós irmãos, fostes chamados à liberdade, porém, não useis da liberdade pra dar ocasião à carne, antes sejam servos uns dos outros”. Aí ele dá o arremate final: devemos ser regidos pela lei do amor para utilizarmos bem a lei da liberdade consciente: “porque toda a lei se cumpre em um só mandamento, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Que bela cartada! Mas é claro! O amor é o principio que rege todos os espaços da vida e se amamos com o amor de Deus, a lei e os tentáculos absorventes do legalismo com todos os seus preceitos sobre preceitos (como o próprio Jesus se referiu aos fariseus de carteirinha) caem por terra e desmoronam sob a vigência dessa lei superior. Agora, liberdade é assunto para cristão maduro que é norteado por sua consciência e não por regras. É para aquele que ama como Jesus amou e plaina nas asas do Espírito. Por isso Paulo acrescenta ainda: ”Digo, porém, andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (exortação ligada ao legalismo e à libertinagem, pondo os dois no mesmo patamar)....”ora, o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. CONTRA ESSAS COISAS NÃO HÁ LEI”. Então, que me perdoem os suscetíveis, sou um fora da lei assumido, mas um fora da lei que é dirigido por uma lei maior, a Lei do Amor. Ora, o amor de Deus é indomável, e não pode ser medido. Como diria Brennan Manning, o anseio furioso de Deus, fazendo alusão à imensa vitalidade de Jesus em sua busca por uma união conosco. Assim, nos constituímos foras da lei, quando vivemos subversivamente, à margem do regime tirânico do reino desencantado do legalismo imposto como lei férrea pra se viver. Sendo assim, toda tentativa de dirigir, cercear, e proibir, não passam de tentativas inócuas de controlar os cristãos, mas nem de longe produzirá cristãos maduros que amam a Deus e saberão fazer boas escolhas, mesmo sem os olhos perscrutadores e suspeitosos dos xerifes da religião os escaneando 24 por dia. Talvez você diga que isso é arriscado, e eu digo que é! Mas só assim você terá crentes equilibrados, e não eternos bebês crescidos, presos nos cercadinhos da creche eclesiástica, que só sabem fazer o que a liderança manda, mas que no mínimo vacilo, escapam para bem longe da jaulinha das leis humanas. Quando somos foras da lei regidos pela lei do amor, então tudo que nos tange na vida, orbitará em torno da submissão e lealdade à Cristo e aos homens, quando estes estiverem sendo coerentes com a Lei do Amor, e tudo passará pelo crivo da peneira do “julgai todas as coisas, retendo o que é bom, se desviando de toda forma de mal”, e do pressuposto “todas as coisas me são permitidas, mas nem todas me convêm...” e: “todas as coisas me são permitidas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas”. Diante do exposto, Você assume que também é um fora da lei? Manoel dC colabora com o Genizah. Conheça seu blog AQUI Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz22IcH8YL4 Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

quarta-feira, março 28, 2012

ESTA E A MINHA IGREJA, VOCE QUER FAZER PARTE DELA?

Quando Jesus disse que o “reino de Deus” ou o “reino dos céus” seria semelhante a [...] uma semente pequena que cresceria; ou como um fermento imperceptivelmente penetrante; ou como um tesouro escondido no campo; ou como uma pérola de grande valor, porém não disponível aos sentidos de todos; ou como uma candeia que iluminaria a todos os que estivessem na casa; ou ainda como o sal da terra — Ele apresentava, também, ao assim dizer, o paradigma do que a Igreja [a Dele] deveria ser como expressão visível do reino de Deus na comunidade humana. Desse modo, as ênfases de Jesus são aquelas ligadas ao pequeno que cresce naturalmente a fim de acolher... [semente/árvore]; ao que tem como poder a pervasividade discreta [fermento]; a um valor indizível e que é conhecido apenas por quem o venha a conhecer em seu real significado [a pérola]; a uma riqueza escondida dos olhos de todos, e que não é objeto de propaganda [o tesouro oculto]; a uma luz para os da casa [a candeia; que ilumina a muitos se aumentarem as casas com sua luz no interior]; e à qualidade de gosto da presença dos discípulos, com poder de dar gosto divino onde estejam [o sal da terra]. Ora, em nenhuma dessas coisas a ênfase está na grandeza, na publicidade, na promoção ou na propaganda! Ao contrário, a ênfase está na naturalidade do crescer, na pervasividade e na penetração decorrente de ser, no significado intrínseco da coisa em si, na sobriedade oculta de tal poder, que fascina por não ser massificado; na iluminação de grupos pequenos, como numa casa, e que altera primeiro os de dentro, e, aumentando o número de casas/povo iluminados, se faz visível ao mundo; e, sobretudo, a ênfase recai na qualidade essencial da natureza existencial dos discípulos, os quais, à semelhança do sal, podem dar sabor à vida dos que os cerquem, pelo fato de que eles têm tal gosto/sabor/qualidade em si mesmos. Agora, compare isto com os modelos de “igreja”. Sim; com a ênfase na propaganda, no mercado, nos nichos, na promoção, no show da fé, na massificação sem rosto, no crescimento quantitativo, na artificialidade dos modelos de crescimento piramidal; ou ainda: compare com a venda do “Evangelho” como produto de salvação; sempre para fora; sempre para o mercado; sempre segundo a Coca-Cola, ou a Pepsi, e nunca segundo Jesus; o Qual, entre nós, fazia tudo com discrição, sem o afã das promoções; e que mais que frequentemente, pedia que Dele não se fizesse propaganda, ou que se O expusesse à publicidade; posto que Seu modus operandi cumprisse a profecia que dizia: “Nas praças [Ele] não fará ouvir a Sua voz!” O que isto significa? Que não se pode fazer propaganda de Jesus? Sim; significa isto mesmo! O Jesus propaganda é o Jesus do Mercado; é o Jesus do Bazar; é o Jesus da Venda; é o Jesus do Mundo! Na realidade se diz que “a fama de Jesus corria por toda parte” e que “as multidões vinham ouvi-Lo de todos os lugares”. Todavia, isso acontecia porque acontecia; porque era verdade; porque não se consegue esconder a luz; porque se o sal for jogado na terra nota-se a diferença pelo sabor; porque se a semente virar árvore as aves dos céus a encontram com naturalidade; porque o achar da “pérola de grande valor” faz aquele que a acha sair alegre com tal descoberta; porque o “tesouro escondido no campo”, uma vez que nele se tropece, faz o achador vender tudo e comprar o campo, a qualquer custo ou preço, tornando qualquer esforço apenas um ganho, uma alegria!... Assim deveria crescer o “reino de Deus” entre os homens; e assim deveria ser com a Igreja dos discípulos de Jesus como expressão do “reino de Deus” na História. Ora, isto faz sentido com a lógica de Jesus em tudo; embora difira radicalmente das lógicas humanas! Sim; pois foi Jesus Quem disse que o grão de trigo tem que morrer a fim de dar muito fruto; que aquele que busca se salvar, perde-se; que aquele que morre, vive; que aquele que se humilha, será exaltado; e que é o pequeno que se faz grande! O problema é que desde os apóstolos [...] pensar diferente sempre foi uma tentação. Tiago mesmo se vangloriava de ter “milhares e milhares com ele em Jerusalém”, e também que um grande número de sacerdotes do judaísmo [...] eram cristãos “zelosos da Lei de Moisés”. Paulo parece ser o exemplo a ser seguido entre os apóstolos como aquele que não desistiu jamais do paradigma de Jesus; sem surtos de tomadas de cidades; sem querer erguer nada no Areópago; sem pretender nada além de ir plantado sementes de igreja nas casas; sem buscar conluio com autoridades das sinagogas; sem falsas expectativas —; enquanto, assim procedendo, em nenhum outro tempo apostólico [...] as coisas geravam mais bulício, produziam mais impacto nas cidades, alvoroçavam mais o mundo! A Igreja que revolucionou o 1º e o 2º Séculos foi a de Paulo, não a de Tiago, a qual tinha Jerusalém como modelo! Do 4º Século em diante, todavia, houve uma fusão do modelo de Jerusalém [o de Tiago] com o paganismo cristianizado, miscigenado, sincretizado, politizado e cooptado pelo Imperador Constantino. Sim; esse é o modelo que vige até aos nossos dias! Até mesmo o Protestantismo das raízes mais bem intencionadas se serviu dos aparatos que o Catolicismo havia produzido; como, por exemplo, os grandes prédios de culto ao estilo romano; os modelos oficiais de sacerdócio; as hierarquias de autoridade; a oficialidade dos sacramentos; a liturgia do culto; o oráculo procedente de oficiais; os vínculos com as realezas; o conluio com os principados políticos; e, consequentemente, com a propaganda e o mercado. Assim, a Igreja casa [grão de mostarda] deu lugar à “igreja” Catedral; a Igreja fermento deu lugar à “igreja” da influencia; a Igreja do valor intrínseco deu lugar à “igreja” do intrínseco valor da propaganda; a Igreja do tesouro oculto deu lugar à “igreja” das promoções de poder. Ora, é por isto que nos últimos 1700 anos a “igreja” teve todos os poderes do mundo na mão, mas o mundo apenas piorou! — sem falar que a Igreja de Deus teve que se ocultar ainda mais nas sombras da “Igreja dos Homens” ou até fora dela! Desse modo, afirmo que faz milênios que o mundo não assiste ao que possa ser a verdadeira revolução da Igreja; sim, desde os dias em que gente como Paulo praticava a grandeza do pequeno; seguia a fermentalidade subversiva do oculto; celebrava com bravura feliz o achado de grande valor para o coração; e a criação de uma rede de amantes de Deus guiados pela leveza da Palavra apenas — em casas, em bosques, em pequenos grupos, em porões, em jardins particulares, em lugares públicos abandonados, etc... — sim; desde aquele tempo o mundo não viu mais o poder subversivo e sem dono humano da Igreja de Deus! A revolução da Igreja no mundo decorre de sua disposição de ser não-proprietária; de ser hebreia na leveza peregrinante dos seus movimentos; de ser discreta e prática nas suas obras de amor; de ser o mais livre possível dos poderes constituídos deste mundo; de ser uma comunidade de amor, que se reúne para compartilhar a Palavra, orar, adorar e ajudar-se mutuamente; enquanto vive o testemunho do Evangelho em serviço de amor no mundo. Se um dia essa Igreja reaparecer em grande escala de multiplicidade não adensada; se ela ressurgir na subversão de ser sem a propaganda de aparecer em outdoors; se ela ressurgir como agente ocultamente visível apenas por suas obras de generosidade e graça; se ela emergir como sombra simples que decorre da sua própria natureza; e se seu gosto for renovado pela qualidade existencial dos seus agentes — então, outra vez, sem que isto decorra de um plano ou de uma estratégia, mas da mera expressão da própria natureza de ser desse ente santo, o mundo tremerá sem saber nem de onde vem o abalo. Nós, todavia, fomos ensinados pelo diabo que isto é morte, é fraqueza, é moleza, é perda de poder, é desistência de status, é suicídio, é entrega do que se conquistou ao mundo; é coisa de maluco; sim; de gente que perdeu a visão, perdeu a ambição, perdeu o espírito profético. Sim; diante disso o diabo diz à “igreja”: “Jamais! Isto de modo nenhum te acontecerá, Senhora!” Ao que Jesus continua a responder: “Arreda de mim, Satanás; pois para mim tu és pedra de tropeço!” Eu, porém, sei que grito no deserto; sei que sou lido como louco; sei que tais palavras são consideradas insanidades; sei que não serei ouvido; embora, em meu coração, saiba também que aqui e ali uns poucos me entendam; e, assim, eu julgue que pela conversão de alguns [...] o que hoje seja horrível, possa ser de um modo ou de outro melhorado; ou, pelo menos, possa, em acontecendo em que escala possa acontecer [...], suscitar, emular ciúmes na “Israel/Igreja/Pedrada” — usando os pensamentos de Paulo em Romanos 9,10 e 11. Nele, em Quem tenho a consciência tranquila quanto a nunca ter deixado de dizer o que Igrejaé para Jesus, Caio 20 de janeiro de 2012 Lago Norte Brasília DF

terça-feira, fevereiro 28, 2012

O caminho da graça Ed René Kivitz As freiras nos ensinaram que existem dois caminhos na vida, o caminho da natureza e o caminho da graça. Você precisa escolher qual deles vai seguir. A graça não procura satisfazer a si própria, ela aceita que a desprezem, que a esqueçam, que não gostem dela, ela aceita ser insultada e ser ferida. A natureza só que satisfazer a si mesma e fazer com que os outros a satisfaçam. Ela gosta de ser livre e que façam a sua vontade. Ela procura razões para ser infeliz quando o mundo todo esta feliz a seu redor e o amor está sorrindo através de todas as coisas. As freiras nos ensinaram que quem ama o caminho da graça jamais tem um fim triste. Eu serei leal a você, aconteça o que tem que acontecer. Essas palavras citadas na introdução de Árvore da vida, o deslumbrante filme de Terrence Malick, me colocaram diante de realidades antagônicas: um mundo fechado e um mundo aberto; o caminho inexorável e o caminho passível de surpresas; o determinismo e a possibilidade; o (pré)destino e a liberdade, ou sua irmã, a esperança; o previsível e o inusitado; a confirmação das probabilidades e a reversão dos prognósticos; o fatalismo e o milagre. Penso que quem acredita que a única estrada por onde o mundo deve e pode caminhar é aquela prevista pelos sentidos da razão, vive no caminho da natureza; quem vive aberto ao mistério, no caminho da graça. Quem deseja uma ordem lógica que a tudo explica, a tudo justifica e tudo faz acontecer na perspectiva do que é justo, vive no caminho da natureza; quem prescinde de lógicas e explicações e está vulnerável a fatos que estão além ou aquém de justificativas justas e coerências racionalistas, vive no caminho da graça. Evidentemente, não estou dizendo que a graça é irracional, ou que Deus seja incoerente ou injusto. Apenas estou intuindo que o universo é sustentado por um critério que transcende a justiça, a saber, a graça. Quando me deparo com argumentos do tipo “Deus não pode curar uma criança pelo simples fato de que não cura todas”, sinto meus pés fincados no caminho da natureza: as coisas têm que ser assim porque somente assim fazem sentido, têm lógica, têm critério de justiça. Deus é submetido a “tem que” ou “não pode”, isto é, seu caminho é confundido com o caminho natureza. Por outro lado, quando me deparo com fatos que não podem ser explicados, ainda que não correspondam à equanimidade que espero e gostaria de ver no universo, tenho a estranha sensação de que algo ou alguém que não me deve satisfações – ou cujas explicações estão fora do meu alcance, está agindo no mundo independentemente de mim, do que eu acho, do que eu creio ou do que considero justo. Toda vez que me surpreendo exigindo explicações e tentando fazer Deus caber nos limites do meu entendimento, ouço o sussurro que me faz crer estar diante de um ídolo. Isso me humilha e me devolve ao estado de criatura. Serve para me lembrar que o universo segue seu curso pelo caminho da graça, e não da natureza. Traz os meus pés para o desconhecido, vulnerável e inexplicável solo da graça e do mistério de Deus. Olho para baixo e não vejo mais o chão. E me dou conta de estar no lugar mais seguro do mundo Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz1niWbGitl Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

quinta-feira, janeiro 26, 2012

FELICIDADE

Felicidade Luiz Tatit Não sei por que eu to tão feliz Não há motivo algum pra ter tanta felicidade Não sei o que foi que eu fiz Se eu fui perdendo o senso de realidade Um sentimento indefinido Foi me tomando ao cair da tarde Infelizmente era felicidade Claro que é muito gostoso Claro que eu não acredito Felicidade assim sem mais nem menos é muito esquisito Não sei por que eu to tão feliz Preciso refletir um pouco e sair do barato Não posso continuar assim feliz Como se fosse um sentimento inato Sem ter o menor motivo Sem uma razão de fato Ser feliz assim é meio chato E as coisas nem vão muito bem Perdi o dinheiro que eu tinha guardado E pra completar depois disso Eu fui despedido e estou desempregado Amor que sempre foi meu forte Não tenho tido muita sorte Estou sozinho, sem saída, sem dinheiro e sem comida E feliz da vida!!! Não sei por que eu to tão feliz Vai ver que é pra esconder no fundo uma infelicidade Pensei que fosse por aí, fiz todas as terapias que tem na cidade A conclusão veio depressa e sem nenhuma novidade O meu problema era felicidade Não fiquei desesperado, não, fui até bem razoável Felicidade quando é no começo ainda é controlável Não sei o que foi que eu fiz Pra merecer estar radiante de felicidade Mais fácil ver o que não fiz Fiz muito pouca aqui pra minha idade Não me dediquei a nada Tudo eu fiz pela metade, porque então tanta felicidade E dizem que eu só penso em mim, que sou muito centrado Que eu sou egoísta Tem gente que põe meus defeitos em ordem alfabética E faz uma lista Por isso não se justifica tanto privilégio de felicidade Independente dos deslizes dentre todos os felizes Sou o mais feliz Não sei por que eu to tão feliz E já nem sei se é necessário ter um bom motivo A busca de uma razão me deu dor de cabeça, acabou comigo Enfim, eu já tentei de tudo, enfim eu quis ser conseqüente Mas desisti, vou ser feliz pra sempre Peço a todos com licença, vamos liberar o pedaço Felicidade assim desse tamanho Só com muito espaço!

domingo, janeiro 22, 2012

Você cansou da bondade? 22 de janeiro de 2012 Pavarini Caio Fábio Nós, humanos, temos enorme facilidade de mudarmos para o mal; está na nossa natureza caída esta tendência; e, entregues a nós mesmos, é da nossa perversa natureza a inclinação mutante para o que não seja aquilo para o que fomos criados. Difícil mesmo é mudarmos dia a dia para o melhor de nós; para a semelhança de Deus; para o amor, a alegria, a paz, a bondade, a longanimidade, a mansidão e o domínio próprio. Entretanto, mudarmos na direção do que seja bom é como subir uma ladeira, é como entrar pela porta muito estreita, é como escolher o caminho que poucos escolhem percorrer, é como nadar contra o fluxo das correntezas, é como a vereda aquática do salmão buscando morrer no lugar onde aconteceu a sua origem… A maior evidencia dessa capacidade natural de piorar a gente se observa nas crianças. Sim, lindas, santas, puras, espontâneas, livres, abertas, perdoadoras, e tudo de bom; mas que, logo, logo, pelas influencias recebidas, não demoram a aprender aquilo que lhes dês-configurará em relação ao que um dia tiveram como divina beleza natural. Outra grande evidência é a mudança negativa do santo; sim, daquele que conhecemos humilde, simples, ensinável, feliz na fé, amante dos pequenos, paciente, temente a Deus, puro de coração, limpo de lascívias, receoso de magoar, de humilhar, de falar mal, de gritar de raiva, de irar-se, de se tornar deveras exigente, de nunca esquecer a gratidão; sim, sempre olhando para trás e vendo o que recebeu de graça, o que lhe veio como dádiva, o que não lhe era natural, mas que nele foi enxertado, aplicado e inserido contra a sua própria natureza —; mas que, com o tempo, com o hábito ao sublime, ou com alguns serviços prestados [supostamente a Deus, à causa, ou ao próximo], começa a sentir-se dono de si mesmo, da sua natureza, dos seus direitos; lentamente tornando-se patrão da vida, exigente, impaciente, descontrolado, arrogante, sem pequenas compaixões [às vezes mantendo apenas as grandes compaixões], porém, sem cuidado no trato geral; e, desse modo, arrumando concessões para si mesmo; praticando auto-indulgências antes inconcebíveis; e, sem que o note, bem gradualmente, vai se desfigurando [...], como disse, sem que isto lhe seja perceptível; sim, sem que sua feiura lhe seja revelada; especialmente se um dia a vida com Deus foi muito real, o que, paradoxalmente, agora, lhe serve de álibi para ser contra o que foi chamado a manifestar no ser. Jesus disse que o sentimento de demora acerca da Vinda do Filho do Homem geraria essas mutações em muitos; todavia, deve-se interpretar esse sentir de demora também como o passar do tempo da vida da gente na fé, ou como a não realização do bem por nós crido, ou também como cansaço em relação ao trabalho do amor [...], que é como o de enxugar gelo, sem recompensas e sem férias; ou ainda: como a exaustão de si mesmo, quando as dinâmicas da renovação do amor não aconteceram em nós pelo habito ao sublime, ou pelo autoengano de que já se alcançou demais ou bastante no entendimento do Evangelho. Daí a advertência de Paulo quanto a não nos cansarmos de fazer o bem a todos os homens! Sim; o que nos salva de tal processo [o qual é inevitável que a todos os santos acometa de um modo ou de outro, uma hora ou outra, numa ou noutra estação da vida], é o desafio não seletivo de que se deva fazer o bem sempre e a todos os homens. Do contrário, elegemos ocasiões, pessoas e circunstâncias para as expressões das nossas bondades, e, quanto aos demais, ficamos indiferentes, ou, em alguns casos, especialmente ante aos chatos, descuidados, cronicamente tropeçantes, ou quanto àqueles que nos perturbam [...] — deixamos de ser aquilo que, para os nossos eleitos, nós somos, ou, pelo menos, buscamos ser… Eu creio no que digo, tanto quanto sei o que digo; pois, em mim mesmo, provei tais sutilezas! Durante mais de vinte anos meu coração não vacilou na bondade, na paciência, na longanimidade, na humildade, no coração sempre quebrantado em relação ao meu próximo; até que [...] veio o cansaço; o cansaço do bem sem retorno; a exaustão em relação à recalcitrância crônica; o desânimo quanto ao que o bem poderia produzir de mudança nos outros; e, assim, bem devagar [...], sem que eu notasse, fui caindo no amor seletivo, na bondade por eleição, na virtude seletiva; e pior: lentamente fui assumindo conceitos mundanos como se fossem os únicos modos de lidar com certas pessoas ou situações; até que percebi que me havia desconvertido do chamado do amor e da minha vocação essencial. Ora, a volta ao início de tudo [...] acontece pelo reconhecimento desse desvio do ser; o que, sem apelação, deve ser seguido pelo exercício da entrega dos nossos direitos e razões; os quais devem se expressar também contra toda e qualquer disposição de provar que se está certo; ou de termos pena da nossa solidão na busca do bem; e, sobretudo, pela nossa convicção contra nós mesmos [...]; a fim de que aconteça o Paulo recomenda: “Para que não façamos o que seja do nosso próprio querer!” Maturidade de entendimento que não se renove pela humildade e pelo quebrantamento no exercício do bem, apenas gera pessoas seletivamente bondosas; e nos põe no caminho liso das virtudes escolhidas e praticadas para pessoas pré-selecionadas; o que, sem dúvida, é também hipocrisia. Em meio a isto tudo [aprendi na prática com o meu pai; além de ser um principio da Palavra], deve-se ficar quieto; suportar certas coisas em silêncio; e, se tivermos que tratar delas, buscarmos fazer com toda humildade e mansidão; ainda que estejamos esmados de direitos próprios ou adquiridos. Entretanto, sei em meu próprio coração como é sutil o caminho para tal desvio; e pior: como é difícil percebê-lo em nós uma vez que ele entre em estado de concubinato com as nossas virtudes selecionadas [...] e com nossos direitos adquiridos pela via do cansaço solitário na prática do bem. Ora, a checagem do nosso coração quanto a tais coisas tem que ser mais que diária; de fato, deve ser caso a caso, o dia inteiro; posto que baste um precedente para que a insuportável leveza desse surto se reinicie em nós! Portanto, não nos cansemos de fazer o bem a todos os homens; sim, pois somente deste modo a nossa salvação se desenvolve em nós; nunca esquecendo que também é essencial que não percamos a alegria e a exultação da esperança da gloria de Deus como vocação da nossa vida; do contrário, as forças do cansaço nos dominam e nos corrompem sem que as sintamos em operação em nós. Nele, em quem o caminhar não tem férias, embora deva acontecer em descanso, fonte: site do Caio Fábio

terça-feira, novembro 29, 2011

SER IGREJA DE CRISTO:

Texto escrito por: Labieno Moura Palmeira Filho



“Tudo era feito no templo, tudo era voltado para o templo. As nações tinham que vir ao

templo, a contribuição, o gazofilácio, tudo e todos tinham que ir ao templo para tudo.

Então a força era centrípeta, de fora para dentro, centralizada. Durante todo o antigo

testamento foi assim. Trazei o dízimo a casa do tesouro. Adoração só no templo, sacrifício só no

templo,

Ai vem Jesus tira essa ideia e faz o contrário. Todo o novo testamento, todo o ensino

de Cristo é centrífugo, de dentro para fora. Jesus acaba com esta ideia de templo e diz que tudo

tem que acontecer pra fora. Israel tem que ir aos quatro cantos da terra. Por isso o templo foi

destruído. Acabou. A mulher pergunta: onde adorar?

Onde adorar, no monte gerizim? ou em Jerusalém? Jesus diz: nenhum desses dois.

Acabou. Tem que ser em Espírito e em Verdade . Cadê o gazofilácio? Acabou. Não tem mais

Isso.

Aonde for, levar as suas contribuições conforme as necessidades do reino. Onde

você está exercendo o seu domínio, onde você está reinando, regendo. Se você está reinando e

regendo ali, é ali que você precisa dos recursos, das necessidades supridas.

A liberdade que Cristo trouxe é fato, é verdade. Agora é espalhar, é ir para as nações.

Não tem gazofilácio, não tem templo não.

Tem igreja que dá liberdade para adorar mas não dá liberdade para se contribuir e

liberdade de cada cristão administrar sua contribuição. Liberdade cerceada!

O evangelho é centrípeto em Cristo, mas centrífugo na missão, na sua prática, no

reino. Tudo converge para Cristo. A nossa vida é centrípeta em Cristo, mas é centrífuga na

missão, na expansão do reino.

A ideia de contribuição precisa ser revista. Precisamos voltar a entender e a viver o

reino.

Resumindo: a nossa vida deve ser para fora, porém com Cristo no centro.

As nossas relações, a nossa vida, os nossos investimentos são para fora, não está

amarrado a um templo e ao gazofilácio. Os investimentos são para o mundo. Olhando para Cristo

e aplicando, investindo no reino. Contribuindo conforme as necessidades do reino.

Estamos presenciando duas situações: valores do mundo e valores do reino de

Deus. E a igreja de hoje está muito mais ligada, lincada aos valores do mundo. Os valores do

reino assustam a igreja. Deixa a igreja totalmente surtada. Se a igreja hoje quiser voltar aos

valores do reino, praticar o reino, ela vai arrebentar, vai chocar. Se hoje temos quase 40 milhões

de evangélicos no Brasil, se voltar os valores do reino é capaz de cair para 500 mil, e olha lá se o

número não estiver alto demais. Muda completamente.”

segunda-feira, outubro 31, 2011

Verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar

Verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar

Alan Brizotti
Estamos na Semana da Reforma. 31 de outubro de 1517, Wittenberg, Alemanha. Um novo tempo começava, das ânsias guardadas no cerne de corações inflamados, surge uma nova forma, Reforma. Como um abençoado eco de Wycliffe (1328-1384), cujos ossos foram queimados trinta anos depois de sua morte, e de John Huss (1373-1415), o “ganso” que profetizou sobre o “cisne”, um tempo de redescobertas começava.

Na porta da igreja do castelo de Wittenberg, 95 teses começavam a desmontar uma história de opressão teológica. A vida de Lutero era marcada por um demolidor peso de culpa e senso absurdo do pecado, até o dia em que ele se depara com Rm.1.17, onde sua mente é aberta para a verdade transformadora da justificação por graça e fé. No século XIX, a frase mais conhecida da Reforma seria popularizada: “Ecclesia reformata et semper reformanda est” (“A igreja reformada está sempre se reformando”).

Quais são as principais verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar?

I – O resgate da justificação do pecador por graça e fé

Questão central do Evangelho: Como podemos, míseros pecadores, ser alvos da graça de Deus? John Stott dizia que “ninguém entende o cristianismo, se não entende a palavra ‘justificado’". A justificação por graça e fé começa onde há libertação dos esquemas de merecimento: indulgências, peregrinações, penitências, ativismo eclesiástico.
Reafirmar esse princípio nos leva a desmascarar teologias que priorizam o ter em detrimento do ser. É o efeito Lutero destruindo a tirania do merecimento.

II – O resgate da autoridade normativa das Escrituras

A redescoberta do evangelho tem passagem obrigatória pela oração e estudo da Palavra. Na época de Lutero, a hermenêutica estava presa aos esquemas próprios e tendenciosos de interpretação da igreja. A reforma afirma que as Escrituras têm autoridade suprema sobre qualquer ponto de vista humano. Não somos chamados a pregar uma teologia, mas o evangelho!

Lutero dizia que “no momento em que lemos a Bíblia é quando o Diabo mais se apresenta, pois tenta nosso coração a interpretar as verdades lidas segundo nossa própria vontade, e não segundo a vontade soberana de Deus”.

É preciso redescobrir a centralidade da Palavra. Reafirmar esse princípio nos leva hoje a questionar nossa hermenêutica, a assumir uma atitude bereana (At. 17. 10, 11), uma atitude de quem pensa.

III – O resgate da igreja como comunhão dos santos

Lutero amava a igreja, não queria dividi-la, mas oferecer-lhe um caminho de cura. A igreja era governada pelo Papa, e não por Cristo. Somente o clero possuía a Bíblia, isso sem falar no acúmulo de riquezas e poder da igreja enquanto o povo sofria na miséria (isso lembra alguma coisa?). Para Lutero, a igreja é o “autêntico povo de Deus”, os líderes servem à igreja, e não podem se servir dela. Por isso Lutero reafirmou o sacerdócio geral de todos os crentes – todo cristão tem a responsabilidade de anunciar o evangelho.

Reafirmar esse princípio hoje, numa sociedade do egoísmo, do individualismo e da indiferença, é assumir um chamado ao arrependimento. Esse arrependimento abrange todos os “caciques denominacionais” que ainda exploravam o povo, até às mentalidades ingênuas que, por preguiça mental, nunca progridem na fé.

IV – O resgate da liberdade do cristão

Lutero redescobre o prazer de ser livre. Como somente Deus é livre, ele nos concede a liberdade por meio de Jesus Cristo (Jo. 8.31,32 e 36). Lutero perguntava: “para que serve a liberdade do cristão?”, ao que ele mesmo respondia: “o cristão é livre para amar”. Estamos dispostos a amar hoje?

Reafirmar esse princípio significa reavaliar todo e qualquer sistema de submissão opressiva, legalismos asfixiantes, estreitamentos neurotizantes, experiências carismáticas carentes de misericórdia, que destroem a liberdade.

V – O resgate da centralidade da cruz de Cristo

Através da libertação em Cristo, o cristão se torna “um Cristo para os outros”(Lutero), portanto, quem é cristão não pode dominar sobre os seus semelhantes, sob pretexto algum. Antes, solidariza-se com o sofredor, ajudando-o a carregar a cruz. Na cruz, o cristão vê crucificado o mundo. Dela vem a nossa vocação para estabelecer o reino de justiça, igualdade e paz. É o sinal supremo do amor de Deus.

Reafirmar esse princípio significa voltar à verdade de que não somos celebridades, mas servos. Como um cristão do passado dizia, “a vida oferece somente duas alternativas: autocrucificação com Cristo ou autodestruição sem ele”.

Somos chamados a discernir o espírito de cada época. Será que estamos dispostos a assumir o “efeito Lutero” em nossa prática teológica atual? Que a igreja seja sempre uma “igreja reformada, sempre se reformando”.
Alan Brizotti homenageando a reforma no Genizah

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2011/10/verdades-sobre-reforma-que-ainda.html#ixzz1cM4EjAKz
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

terça-feira, outubro 18, 2011

A maioria dos jovens que abandonou a igreja avalia: " É um lugar hostil e cheio de julgamento

A maioria dos jovens que abandonou a igreja avalia: " É um lugar hostil e cheio de julgamento. "



Por que metade dos jovens cristãos abandona a igreja antes de atingir a maioridade? Uma nova pesquisa do Grupo Barna tem algumas possíveis respostas. A maioria dos jovens vê a igreja como um lugar pouco amigável e cheio de julgamento. As principais críticas são por acharem que a Igreja em geral é:

1) superprotetora e exclusivista
2) oferece uma experiência cristã superficial
3) antagônica à ciência
4) um lugar em que o sexo é tratado de maneira errada
5) não valoriza outros tipos de fé e espiritualidade
6) hostil com quem não crê no que ela ensina

Este é o resultado de um estudo de cinco anos, compilado agora no livro “You Lost Me: Why Young Christians are Leaving Church and Rethinking Faith” [Por que os jovens cristãos estão abandonando a Igreja e repensando a fé], escrito pelo atual presidente do Barna, David Kinnaman. Seu estudo envolveu entrevistas com 1.296 jovens (norte-americanos) que são ou já foram membros de igrejas.

Os pesquisadores descobriram que a grande maioria (59%) abandona a vida da igreja de forma permanente ou durante um longo período de tempo após completar 15 anos de idade. Um em cada quatro jovens entre 18 e 29 anos afirma que “os cristãos demonizam tudo que está fora da igreja”. E um terço deles simplesmente acha que “ir à igreja é chato.”

De modo geral, o confronto entre as expectativas da Igreja e a experiência sexual dos jovens tem colaborado em muito para o distanciamento. Um em cada seis jovens cristãos afirmam que “cometeram erros e sentiram-se julgados pela igreja por causa deles”. Enquanto isso, 40% dos entrevistados católicos entre 18 e 29 anos acreditam que a doutrina de sua igreja em relação à sexualidade e ao controle de natalidade estão “desatualizados”.

Kinnaman classifica essa evasão dos jovens da igreja como um problema que requer providências urgentes, já que normalmente os jovens saem de casa cedo, vão para a faculdade ou começam logo a trabalhar, casam e têm filhos antes dos 30 anos.

“As igrejas não estão preparados para lidar com o ‘novo padrão’”, diz Kinnaman. “No entanto, o mundo está mudando de maneira significativa, como um acesso cada vez maior ao mundo e a diversas ideologias, em especial por conta da tecnologia, fazendo crescer seu ceticismo em relação a figuras externas de autoridade, incluindo o cristianismo e a Bíblia.”

Maiores informações sobre a pesquisa podem ser encontradas AQUI.






Fonte: Pavablog com informações de Huffington Post e Cristianos.com

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz1bAAk6Tss
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike