segunda-feira, outubro 31, 2011

Verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar

Verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar

Alan Brizotti
Estamos na Semana da Reforma. 31 de outubro de 1517, Wittenberg, Alemanha. Um novo tempo começava, das ânsias guardadas no cerne de corações inflamados, surge uma nova forma, Reforma. Como um abençoado eco de Wycliffe (1328-1384), cujos ossos foram queimados trinta anos depois de sua morte, e de John Huss (1373-1415), o “ganso” que profetizou sobre o “cisne”, um tempo de redescobertas começava.

Na porta da igreja do castelo de Wittenberg, 95 teses começavam a desmontar uma história de opressão teológica. A vida de Lutero era marcada por um demolidor peso de culpa e senso absurdo do pecado, até o dia em que ele se depara com Rm.1.17, onde sua mente é aberta para a verdade transformadora da justificação por graça e fé. No século XIX, a frase mais conhecida da Reforma seria popularizada: “Ecclesia reformata et semper reformanda est” (“A igreja reformada está sempre se reformando”).

Quais são as principais verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar?

I – O resgate da justificação do pecador por graça e fé

Questão central do Evangelho: Como podemos, míseros pecadores, ser alvos da graça de Deus? John Stott dizia que “ninguém entende o cristianismo, se não entende a palavra ‘justificado’". A justificação por graça e fé começa onde há libertação dos esquemas de merecimento: indulgências, peregrinações, penitências, ativismo eclesiástico.
Reafirmar esse princípio nos leva a desmascarar teologias que priorizam o ter em detrimento do ser. É o efeito Lutero destruindo a tirania do merecimento.

II – O resgate da autoridade normativa das Escrituras

A redescoberta do evangelho tem passagem obrigatória pela oração e estudo da Palavra. Na época de Lutero, a hermenêutica estava presa aos esquemas próprios e tendenciosos de interpretação da igreja. A reforma afirma que as Escrituras têm autoridade suprema sobre qualquer ponto de vista humano. Não somos chamados a pregar uma teologia, mas o evangelho!

Lutero dizia que “no momento em que lemos a Bíblia é quando o Diabo mais se apresenta, pois tenta nosso coração a interpretar as verdades lidas segundo nossa própria vontade, e não segundo a vontade soberana de Deus”.

É preciso redescobrir a centralidade da Palavra. Reafirmar esse princípio nos leva hoje a questionar nossa hermenêutica, a assumir uma atitude bereana (At. 17. 10, 11), uma atitude de quem pensa.

III – O resgate da igreja como comunhão dos santos

Lutero amava a igreja, não queria dividi-la, mas oferecer-lhe um caminho de cura. A igreja era governada pelo Papa, e não por Cristo. Somente o clero possuía a Bíblia, isso sem falar no acúmulo de riquezas e poder da igreja enquanto o povo sofria na miséria (isso lembra alguma coisa?). Para Lutero, a igreja é o “autêntico povo de Deus”, os líderes servem à igreja, e não podem se servir dela. Por isso Lutero reafirmou o sacerdócio geral de todos os crentes – todo cristão tem a responsabilidade de anunciar o evangelho.

Reafirmar esse princípio hoje, numa sociedade do egoísmo, do individualismo e da indiferença, é assumir um chamado ao arrependimento. Esse arrependimento abrange todos os “caciques denominacionais” que ainda exploravam o povo, até às mentalidades ingênuas que, por preguiça mental, nunca progridem na fé.

IV – O resgate da liberdade do cristão

Lutero redescobre o prazer de ser livre. Como somente Deus é livre, ele nos concede a liberdade por meio de Jesus Cristo (Jo. 8.31,32 e 36). Lutero perguntava: “para que serve a liberdade do cristão?”, ao que ele mesmo respondia: “o cristão é livre para amar”. Estamos dispostos a amar hoje?

Reafirmar esse princípio significa reavaliar todo e qualquer sistema de submissão opressiva, legalismos asfixiantes, estreitamentos neurotizantes, experiências carismáticas carentes de misericórdia, que destroem a liberdade.

V – O resgate da centralidade da cruz de Cristo

Através da libertação em Cristo, o cristão se torna “um Cristo para os outros”(Lutero), portanto, quem é cristão não pode dominar sobre os seus semelhantes, sob pretexto algum. Antes, solidariza-se com o sofredor, ajudando-o a carregar a cruz. Na cruz, o cristão vê crucificado o mundo. Dela vem a nossa vocação para estabelecer o reino de justiça, igualdade e paz. É o sinal supremo do amor de Deus.

Reafirmar esse princípio significa voltar à verdade de que não somos celebridades, mas servos. Como um cristão do passado dizia, “a vida oferece somente duas alternativas: autocrucificação com Cristo ou autodestruição sem ele”.

Somos chamados a discernir o espírito de cada época. Será que estamos dispostos a assumir o “efeito Lutero” em nossa prática teológica atual? Que a igreja seja sempre uma “igreja reformada, sempre se reformando”.
Alan Brizotti homenageando a reforma no Genizah

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terça-feira, outubro 18, 2011

A maioria dos jovens que abandonou a igreja avalia: " É um lugar hostil e cheio de julgamento

A maioria dos jovens que abandonou a igreja avalia: " É um lugar hostil e cheio de julgamento. "



Por que metade dos jovens cristãos abandona a igreja antes de atingir a maioridade? Uma nova pesquisa do Grupo Barna tem algumas possíveis respostas. A maioria dos jovens vê a igreja como um lugar pouco amigável e cheio de julgamento. As principais críticas são por acharem que a Igreja em geral é:

1) superprotetora e exclusivista
2) oferece uma experiência cristã superficial
3) antagônica à ciência
4) um lugar em que o sexo é tratado de maneira errada
5) não valoriza outros tipos de fé e espiritualidade
6) hostil com quem não crê no que ela ensina

Este é o resultado de um estudo de cinco anos, compilado agora no livro “You Lost Me: Why Young Christians are Leaving Church and Rethinking Faith” [Por que os jovens cristãos estão abandonando a Igreja e repensando a fé], escrito pelo atual presidente do Barna, David Kinnaman. Seu estudo envolveu entrevistas com 1.296 jovens (norte-americanos) que são ou já foram membros de igrejas.

Os pesquisadores descobriram que a grande maioria (59%) abandona a vida da igreja de forma permanente ou durante um longo período de tempo após completar 15 anos de idade. Um em cada quatro jovens entre 18 e 29 anos afirma que “os cristãos demonizam tudo que está fora da igreja”. E um terço deles simplesmente acha que “ir à igreja é chato.”

De modo geral, o confronto entre as expectativas da Igreja e a experiência sexual dos jovens tem colaborado em muito para o distanciamento. Um em cada seis jovens cristãos afirmam que “cometeram erros e sentiram-se julgados pela igreja por causa deles”. Enquanto isso, 40% dos entrevistados católicos entre 18 e 29 anos acreditam que a doutrina de sua igreja em relação à sexualidade e ao controle de natalidade estão “desatualizados”.

Kinnaman classifica essa evasão dos jovens da igreja como um problema que requer providências urgentes, já que normalmente os jovens saem de casa cedo, vão para a faculdade ou começam logo a trabalhar, casam e têm filhos antes dos 30 anos.

“As igrejas não estão preparados para lidar com o ‘novo padrão’”, diz Kinnaman. “No entanto, o mundo está mudando de maneira significativa, como um acesso cada vez maior ao mundo e a diversas ideologias, em especial por conta da tecnologia, fazendo crescer seu ceticismo em relação a figuras externas de autoridade, incluindo o cristianismo e a Bíblia.”

Maiores informações sobre a pesquisa podem ser encontradas AQUI.






Fonte: Pavablog com informações de Huffington Post e Cristianos.com

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